(central de carnes e padarias), grades de produto no caso dos têxteis, congelados, resfriados, mercearia seca e bazar, lojas grandes, diversidade grande de skus e um PDV. Com esse exemplo, dá para entender a complexidade de um ERP de varejo, mesmo que o varejo em questão tenha somente algumas dessas características.
Vamos então aos 10 itens mais importantes num projeto de ERP para o varejo:
1- Funcionalidade. Parece óbvio, mas basta olhar a lista que fizemos para notar que as necessidades especiais do varejo não são atendidas por qualquer ERP. Há mesmo ERPs que se dizem de "varejo", que necessitam customizações para várias das funcionalidades descritas. E customização é uma inimiga natural dos ERPs, pois na maior parte dos casos é mais barato e simples mexer na operação do negócio do que no sistema. Se esse não for o caso, provavelmente a escolha do ERP não foi a mais indicada.
2- Processos. Os ERPs funcionam com processos integrados e raramente encontra-se varejistas que operam dessa maneira. Usualmente, esses processos estão fragmentados em funções, onde cada uma em separado acha que funciona bem. Muito provavelmente isso não é verdade quando se põe todas juntas. Então, é fundamental uma revisão de processos sob a ótica do ERP escolhido para aproveitar o sistema ao máximo, agregando-se o mínimo de custo e assegurando-se aqueles processos que são diferenciais para determinada operação.
3- Tempo. Implementar um ERP é uma corrida contra o tempo. Num projeto dessa magnitude o tempo é quase sempre mais importante que o custo. Isso soa como uma heresia aos ouvidos do varejista, mas normalmente o maior dreno de recursos, humanos e financeiros, é o projeto que perde o controle do tempo. Se o determinado projeto de ERP exigir um tempo demasiadamente longo, é necessário rever o projeto e/ou o ERP.
4- Pessoas. Um ERP é mais um projeto de pessoas e processos do que um projeto de TI. A principal causa de falha de projetos de ERP é uma gestão de mudanças mal feita. As mudanças no varejo são mais profundas do que na indústria e o descuido em gerenciá-las pode fazer com que a operação na loja seja severamente afetada.
5- Integração. Não é imperativo que esteja tudo integrado num mesmo sistema, até porque não existem tantas opções assim no mercado de ERP para o varejo. Entretanto, o modelo de dados e de funções e sua integração, derivado do modelo de processos desenhado, têm que estar claros desde o início da implementação. Lembre-se que no varejo as operações ocorrem on-line, diferente da indústria que opera em lotes. Uma operação de venda na loja, frequentemente integra o sistema de loja, que faz a venda assistida, o PDV, que realiza a operação do check-out, o cartão e outros meios de pagamento e ainda de volta no sistema de loja para emissão da nota fiscal, se for necessária. Tudo isso acontece na presença do cliente, que ficará aguardando a operação ser concluída. Se a integração como a estamos qualificando aqui tiver problemas, certamente será um cliente a menos em vendas futuras.
6- Flexibilidade. O varejo tem passado por transformações significativas nos últimos tempos, quer seja pelo surgimento de novos canais, quer seja pela concorrência transversal, onde uma determinada rede começa a oferecer categorias anteriormente estranhas à sua operação. Por essa razão o ERP tem que ser flexível a ponto de integrar operações via web, por exemplo, ou oferecer venda assistida onde antes só havia auto-serviço ou ainda gerenciar perecíveis onde anteriormente só havia não-perecíveis.
7- Custo. A concorrência acirrada no ponto de venda empurra o varejista a trabalhar com margens baixas e altos volumes, excetuando-se o mercado de luxo, é claro. O varejo, principalmente no Brasil, não tem o hábito de medir retorno sobre o investimento, mas presta muita atenção no fluxo de caixa.