"Me too"
(originalmente escrito em 2007)
O título em inglês, que traduzindo significa "eu também", é muito usado na indústria para designar os seguidores, que ficam copiando inciativas, produtos e marcas daquelas empresas realmente inovadoras. Nesse caso vamos aplicá-lo ao varejo, mais especificamente ao varejo eletrônico, ou "e-commerce". Nesse momento em que as grandes redes entraram na concorrência pelo consumidor-conectado, emprestando suas marcas e sua logística a esse novo canal, a pergunta que fica é "o que será que vão fazer de diferente, ou que novidade irão trazer?"
Se pensarmos bem, desde a primeira onda da internet, que, apesar do fracasso de muitos, nos deixou modelos como Amazon.com e a eBay, respetivamente, loja virtual e leilão eletrônico, pouco ou nada de inovador se fez em termos de comércio eletrônico. Até mesmo as inovações subseqüentes se devem em grande parte a essas duas empresas. O que vemos muito por aí é o "me too". Desde a empresa que compra um CD na banca de jornais com 50 modelos de loja virtual a escolher e o coloca no ar de maneira absolutamente irresponsável com o único apelo de um preço baixo, escondendo o mau ou nenhum serviço atrás do anonimato, até muitas grandes empresas que são sérias e estão realmente interessadas em desenvolver o canal, mas, a bem da verdade, não fizeram nada de novo para explorar o mercado eletrônico e as inúmeras oportunidades que ele oferece. Essa observação vale tanto para o formato, quanto para o sortimento e os processos. Pense rápido, o que o leva a decidir a compra em uma ou outra loja virtual? O produto que só tem na loja A? O atendimento diferenciado que me oferece a loja B, permitindo-me começar a compra eletronicamente, terminá-la na loja, retirando parte da mercadoria e recebendo outra parte em casa? Ou ainda o site com conteúdo e formatos inovadores que estimulam ficar horas navegando e até comprando por impulso? E ainda, o que o faz comprar numa loja virtual e não numa loja de verdade?
Poderíamos nos estender por muito tempo com questões como essas e com respostas semelhantes, contudo ainda estamos esperando pela segunda onda de inovação no comércio eletrônico, na iniciativa que vai destacar-se da mesmice que hoje contagia o "cyberspace". Para ilustrar o que dissemos como oportunidades que estão aí , vejam o site www.woot.com, que nos foi enviado por um cliente. Vende um produto só por dia, enquanto durar o estoque. Em caso de problema, não troca o produto, mas devolve o dinheiro. Está criando uma pequena legião compradores por impulso que entram lá só para ver a oferta do dia. Imaginem a receita em publicidade e a verba que ele pode cobrar da indústria para ter seu produto a venda por um dia.
Vamos esperar que os grandes também surjam com algo inovador para dar uma chacoalhada nesse mercado.